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O que você faria caso perdesse sua principal fonte de renda hoje? Isso mesmo. Imagine, uma situação inesperada de perda de emprego ou o acometimento por algum problema de saúde que lhe incapacite de trabalhar, por exemplo. Durante quanto tempo você seria capaz de manter seu padrão de vida atual? Pagar as contas em dia, realizar atividades de lazer, entre outros hábitos comuns no dia-a-dia que envolvam recursos financeiros.

O aumento no nível de desemprego, causado pela grave crise econômica em nosso país nos últimos cinco anos, aliado ao histórico de falta de disciplina financeira da população, justifica em boa parte, os altos índices de endividamento e inadimplência das famílias brasileiras, conforme mostra a pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em reportagem publicada em 28/03/2017, pelo jornal Valor Econômico.

De acordo com a pesquisa, as famílias com dívidas a pagar correspondem a 57,9% do total da população, enquanto a parcela de inadimplentes soma 23,7%, em março deste ano. A pesquisa ainda aponta que, das famílias consideradas como endividadas, 9,9% afirmaram que não terão condições de quitar os débitos.  Em relação as fontes de endividamento, o estudo mostrou que o cartão de crédito foi o mais lembrado com 76,6% dos apontamentos, enquanto os carnês e financiamento de veículos, corresponderam a 15,1% e 10,2% respectivamente.

Diante deste cenário, podemos considerar que a adoção de práticas elementares de educação financeira, podem ser suficientes para reduzir em boa parte estes índices negativos apontados pela pesquisa. Uma delas é a formação de uma reserva para emergência, ou colchão de segurança financeiro.

O colchão de segurança financeiro é a parcela do seu patrimônio, que deve ser alocada em aplicações financeiras de liquidez imediata, destinada a absorver impactos financeiros desfavoráveis, em seu fluxo de caixa pessoal ou familiar, durante determinado período de tempo.

Imediatamente, podemos citar dois benefícios que você terá ao conseguir formar o seu colchão de segurança financeiro, entre os quais:

• Capacidade de honrar os seus compromissos financeiros relacionados ao seu padrão de vida, por um determinado período de tempo, em caso de perda total ou parcial de renda, sem ter a necessidade de recorrer a instrumentos financeiros como cartões de crédito e ou cheque especial, cujas taxas de juros são extremamente elevadas;
• Possibilidade de realizar melhores escolhas profissionais, enquanto procura um novo emprego, visto que, você não se verá obrigado a aceitar a primeira ou qualquer proposta que aparecer, pois terá o respaldo financeiro necessário, e consequentemente tranquilidade para realizar melhores escolhas.

Como consequência, você terá a segurança e a tranquilidade necessária para superar circunstâncias adversas, que envolvam questões financeiras, de modo a minimizar situações comuns que momentos como esse trazem consigo à indivíduos que não possuem sua reserva para emergências, como stress, brigas entre casais, entre outros, por exemplo.

Você está pronto para começar a construir o seu?

No próximo texto, irei abordar os passos e as atitudes necessárias para a construção adequada de um colchão de segurança financeiro. Até lá.

Fabio Roberto Iorio, é mestre em Administração com ênfase em finanças pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) e especialista em finanças pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Possui experiência profissional com mais de dez anos de atuação nas áreas de tesouraria, investimentos e finanças pessoais. É professor de finanças em cursos de pós-graduação e MBA e membro do Grupo de Excelência em Administração Financeira (GEAF) do CRA-SP.